domingo, 28 de fevereiro de 2016

Refletindo a Palavra

Ano C – 28 de fevereiro de 2016 - 3º Domingo da Quaresma
Ex 3,1-8a.13-15 ─ “Eu sou aquele que sou.”
Sl 102 (103) ─ O Senhor é rico em bondade.
1Cor 10,1-6.10-12 ─ A rocha era Cristo.
Lc 13,1-9 ─ “Deixa a figueira ainda este ano.”

“Eu sou aquele que sou” (Ex 3,14)

Reflexão: Cônego Celso Pedro da Silva
Arte: Sergio Riccuto Conte


Domingo da conversão. Havia uma torre em Jerusalém chamada torre de Siloé, junto às águas de uma fonte. Ela desabou e morreram dezoito pessoas que estavam rezando em torno da água. Outra tragédia foi a matança dos galileus. Vieram em peregrinação ao Templo, mas eram revoltosos. Aproveitaram-se do momento para criar agitação. Pilatos foi rápido e mandou seus soldados matarem todos eles. O assunto corria por Jerusalém. “Deviam ser pecadores, tanto uns como outros. Receberam o castigo que mereciam”, diziam os comentários.
As notícias chegaram até os discípulos, e Jesus lhes perguntou:
“Vocês estão pensando que eles foram castigados por Deus por serem pecadores?” Pecadores somos todos e eles não eram mais pecadores dos que os outros. Então, por que isso aconteceu? Olhem com atenção e vejam bem o que aconteceu. Vai acontecer com vocês também. Se não se converterem, todos perecerão do mesmo modo. Como pereceram? Estes pereceram soterrados pelas pedras que desabaram sobre eles. Se não houver uma séria mudança, isso vai continuar. Quem precisa mudar, o que precisa ser mudado?
Os responsáveis pela segurança da torre, sem dúvida, os construtores, mais ainda. Se não forem sérios em suas responsabilidades, muita gente continuará morrendo do mesmo modo. Mas os galileus eram revoltosos, Pilatos estava certo em se livrar deles. Pode ser, e muita gente continuará morrendo da mesma forma enquanto existirem Pilatos como Pôncio Pilatos. Convertam-se engenheiros de obras, fiscais e governantes. A lembrança desses fatos ensina que Deus concede tempo para uma verdadeira penitência. Quem deve se converter? Todos devem se converter. Os solidários das vítimas convertem-se saindo da inércia e tomando posição para que se convertam os que constroem mal as torres e os governantes donos do poder. Convertam-se também os destinatários da Campanha da Fraternidade. E convertamo-nos todos neste tempo sagrado da Quaresma.
Não tendo sido encontrado nenhum fruto na figueira, foi-lhe dado o tempo de mais um ano, não deixada à sua sorte, mas com bons cuidados. Se ainda não estou produzindo bons frutos, que Deus me conceda tempo de verdadeira conversão e a ajuda de bons amigos e bons pastores. Um bom amigo é o apóstolo São Paulo, que, escrevendo aos coríntios, lhes diz: “Quem julga estar de pé cuide para não cair. Não murmurem, não desejem coisas más”. Verifique se realmente está de pé e saiba que pode cair a qualquer momento. Cuide dos desejos do coração e das palavras murmuradas pelos lábios.
No caminho quaresmal para a Páscoa, agradecemos a Deus pela libertação da escravidão no Egito, pela participação na promessa da terra feita por Deus em aliança com Abrão, pela dedicação de Moisés a quem Deus revelou o seu nome e enviou para libertar o povo da escravidão. Deus nos deu um mediador, Moisés, para nos libertar de todo tipo de escravidão e nos guiar até a Terra Prometida. Às portas da Terra, Moisés disse ao povo que Deus faria surgir o profeta semelhante a ele que fará a passagem – Páscoa – não do Egito para Israel, mas deste mundo para o Pai. A Campanha da Fraternidade combate o poder da morte estimulando o cuidado com a água dentro de um programa de saneamento básico. Cuide da água, defenda-a e denuncie quando vê a irmã água maltratada.


Leituras e Salmos (29 de fevereiro a 5 de março)
2ªf.: Rs 5,1-15a; Sl 41 (42); Lc 4,24-30.
3ªf.: Dn 3,25.34-43; Sl 24 (25); Mt 18,21-35.
4ªf.: Dt 4,1.5-9; Sl 147 (147B); Mt 5,17-19.
5ªf.: Jr 7,23-28; Sl 94 (95); Lc 11,14-23.
6ªf.: Os 14,2-10; Sl 80 (81); Mc 12,28b-34.
Sáb.: Os 6,1-6; Sl 50 (51); Lc 18,9-14.


Fonte: Edição 961,janeiro de 2016
Postado por: Família Cristã

Pensamento para Quaresma!


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

#VocaçãoPaulina Irmã Neide Puel

Irmã Neide Puel, Filha de São Paulo (Irmã Paulina) Compartilha a sua experiência de como descobriu sua vocação e a felicidade de ser uma Irmã Paulina realizada.
E você jovem, deseja conhecer um pouco mais sobre a vida e a missão das Irmãs Paulinas?
Entre em contato conosco:
irmaspaulinas@hotmail.com

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Anivérsário da Primeira Mestra

Hoje celebramos o aniversário de Nascimento da nossa Primeira Mestra, Tecla! Rezemos para que do céu ela interceda a Deus por nós e glorifiquemos a Santíssima Trindade pela vida exemplar desta nossa querida "Mãe" de nosso Instituto.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Meditando a Palavra

Ano C – 14 de fevereiro de 2016 -1º Domingo da Quaresma
Dt 26,4-10 ─ O Senhor ouviu nossa voz.
Sl 90 (91) ─ Ele me invocará e lhe darei resposta.
Rm 10,8-13 ─ A palavra está perto de ti.
Lc 4,1-13 ─ Não porás à prova o Senhor.

 "Introduziu-nos neste lugar, dando-nos esta terra, terra onde corre leite e mel” (Dt 26,9)

Reflexão: Cônego Celso Pedro da Silva
Arte: Sergio Riccuto Conte

Domingo da Tentação. O diabo é tentador. Está sempre à espreita. Em agradecimento pela saída do Egito, o Povo de Israel fez a Deus a oferenda dos primeiros frutos da Terra Prometida, inclinando-se em adoração diante do Senhor. Assim estava escrito: “Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele servirás”. O tentador, porém, tentará tirar de Deus esse ato de adoração.


O diabo verdadeiro é provocador. Parece ser esta a sua função. Apresentou-se diante de Deus com o intuito de provocar Jó, um homem justo e santo aos olhos de Deus, e hoje se apresenta diante de Jesus no deserto também para provocá-lo. E o faz com arte. Por três vezes o tentador se defronta com Jesus. Notem como procede o diabo. Inicia a primeira e a terceira tentação com uma dúvida em forma de interrogação: “Se és o Filho de Deus”. Sabe o demônio quem é este Jesus ou não sabe? Sabendo ou não, a pergunta tem a ver com o poder de Deus.
Se você é o Filho de Deus tem poder para transformar pedras em pão, assim como pode contar com uma legião de anjos para sustentá-lo num voo rasante deste ponto alto do Templo até lá embaixo. Pode se jogar que nada de mal lhe acontecerá. Você é Filho de Deus. Jesus responde com textos bíblicos. O pão tem a ver com a necessidade humana da fome, mas não só de pão vive o homem.
 Na terceira tentação não há milagre. Há só vaidade de quem quer provocar o próprio Deus, que não se põe à prova. “Atira-te daqui abaixo!” Na segunda tentação, o diabo não faz a pergunta “Se és Filho de Deus”, porque ele está então provocando o homem Jesus e o testa no que é próprio do homem: o poder e a glória. Eu te darei todo o poder e toda a glória de todos os reinos da terra. Em troca de quê? O que tem o valor da totalidade deste mundo, ou o que vale mais? O que vale mais é você, sou eu, é este homem Jesus prestes a se prostrar diante do diabo. Vejamos como o diabo valoriza o ser humano, que não se valoriza se a ele se entregar.
O ser humano vale mais do que tudo, e o diabo o quer todo inteiro, quer a sua pessoa, seu corpo e sua alma, em troca de poder e glória, que valem menos do que uma pessoa. O diabo dá todo poder e toda glória em troca da minha pessoa. O poder demoníaco e sua glória se realizam na dominação do ser humano. Jesus e o diabo estavam num lugar alto de onde podiam ver todos os reinos da terra. Está escrito que o diabo lhe mostrou todos esses reinos “num relance”, ou num instante. O instante existe agora e já acaba de passar.
O instante não é o que está na frente nem é o que ficou para trás. Ele acontece agora, e já passou. É esse o tempo de posse do mundo dado pelo demônio, a duração de um relance ou de um instante. Nada mais. O que fica para sempre é a adoração ao Senhor Deus e o serviço a ele prestado.
“Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.” É com esta palavra que Jesus enfrenta o demônio, palavra que, diz São Paulo, está perto de nós, em nossa boca e em nosso coração. É a palavra da fé e todo o que crer no Senhor não ficará confundido. Neste início da Quaresma, em sintonia com a Campanha da Fraternidade, neste ano em favor do saneamento básico no Brasil, cuide com responsabilidade da casa comum e não caia na tentação de jogar lixo na rua.

Leituras e Salmos (15 a 20 de fevereiro)
2ªf.: Lv 19,1-2.11-18; Sl 18 (19); Mt 25,31-46.
3ªf.: Is 55,10-11; Sl 33 (34); Mt 6,7-15.
4ªf.: Jn 3,1-10; Sl 50 (51); Lc 11,29-32.
5ªf.: Est 4,17n.r.aa-bb.gg-hh; Sl 137 (138); Mt 7,7-12.
6ªf.: Ez 18,21-28; Sl 129 (130); Mt 5,20-26.
Sáb.: Dt 26,16-19; Sl 118 (119); Mt 5,43-48.


Fonte: Edição 961,janeiro de 2016
Postado por: Família Cristã

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Compreender para bem viver a Quaresma!

“O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe. Oração, misericórdia, jejum: três coisas que são uma só e se vivificam reciprocamente. O jejum é a alma da oração e a misericórdia dá vida ao jejum” (São Pedro Crisólogo, Sermão 43). 



O que seria a quaresma?A quaresma é o nome dado ao período de quarentas dias que antecede a ressureição de Jesus Cristo, que é comemorada no domingo de Páscoa. A quaresma começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira santa(Antes da missa Vespertina da Ceia do Senhor). Esse período de 40 dias é reservado à penitência, ao jejum e conversão espiritual para preparar o espírito.
A tradição dos 40 dias lembra os 40 dias que Jesus passou no deserto(Mt 4. 1-11; Mc 1.12-13; Lc 4. 1-13). A Igreja também traz reflexões da quaresma no Antigo Testamento. Ela recorda os anos que o povo de Deus ficou preso no Egito nas mãos do Faraó (que representa o poder do mal) (Gn 15.13, At 7.6). E foi no Egito em que eles celebraram a primeira Páscoa (a palavra Páscoa quer dizer passagem, ou seja, saíram da terra do Egito onde eram escravos à terra de Canaã, a terra de fartura que corre  leite e mel em abundância) (Ex 12. 21-27).
Temos outra passagem que lembra a reflexão da Páscoa: Onde depois de sair do Egito o povo de Deus fica mais 40 anos em peregrinação no deserto porque desobedeceu a Deus (Js 5.6-12). E o que essas passagens tem em comum? 400 anos, 40 anos e 40 dias... Na bíblia o numero 4 representa "o todo".
E o que essas passagens querem dizer? O povo de Deus estava no deserto e estavam rumo a sua Pátria prometida, desde o tempo de Abraão,  onde eles teriam um lugar de fartura. Jesus passa 40 dias no deserto sendo tentado pelo demônio, e o próprio Jesus não se deixa abater com as tentações, pois sabia qual era o propósito que tinha a realizar, ou seja, sua própria Páscoa onde Ele seria a vítima principal para a remissão de nossos pecados e no qual não precisaria mais imolar cordeiros, pois Jesus ofereceu um sacrificio: Ele MESMO( Hb 7.27) e como João Batista proclama, Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). E o que tudo isso traz para nós hoje? Nós estamos caminhando pelo deserto da vida, estamos sendo tentados pelo poder do tirano que governa este mundo e estamos numa constante caminhada para a nossa pátria que não é este mundo, como diz Paulo aos Filipenses: "Nós somos cidadãos do céu " (Fl 3.20) e estamos rumo a Jerusalém Celeste, no qual o próprio Jesus foi primeiro que nós, para preparar um lugar para cada um ( Jo 14, 2).
Que nesta quaresma cada um de nós possamos converter o nosso espirito e estar sempre disposto a dizer o SIM aos planos de Deus.
Autora: Thayná Karolina

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

#DespertarVocacional Geraldine Flores, noviça paulina

A noviça Geraldine partilha conosco a sua experiência de despertar vocacional!
Jovem, você que sente o desejo de responder ao chamado de Deus na Vida Religiosa Consagrada, entre em contato conosco: 11- 3043-8100
irmaspaulinas@hotmail.com

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Apresentação da IV Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016




ORAÇÃO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2016

Deus da vida, da justiça e do amor,
Vós fizestes com ternura o nosso planeta,
morada de todas as espécies e povos.

Dai-nos assumir, na força da fé e
em irmandade ecumênica,
a corresponsabilidade na construção de um mundo
sustentável e justo,
para todos.

No seguimento de Jesus,
com a Alegria do Evangelho
e com a opção pelos pobres.

Dom Pedro Casaldáliga
(Prelazia de São Felix do Araguaia)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Mensagem do Papa para a Quaresma!

 
Foi publicada na terça-feira, dia 26 de janeiro, a Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2016. 

Tema: «“Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13). As obras de misericórdia no caminho jubilar»


1. Maria, ícone duma Igreja que evangeliza porque evangelizada
Na Bula de proclamação do Jubileu, fiz o convite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus» (Misericordiӕ Vultus, 17). Com o apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa «24 horas para o Senhor», quis sublinhar a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética. 
Com efeito, a misericórdia de Deus é um anúncio ao mundo; mas cada cristão é chamado a fazer pessoalmente experiência de tal anúncio. Por isso, no tempo da Quaresma, enviarei os Missionários da Misericórdia a fim de serem, para todos, um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus.
Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que Lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente, no Magnificat, a misericórdia com que Deus A predestinou. Deste modo a Virgem de Nazaré, prometida esposa de José, torna-se o ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo, que fecundou o seu ventre virginal. Com efeito, na tradição profética, a misericórdia aparece estreitamente ligada – mesmo etimologicamente – com as vísceras maternas (rahamim) e com uma bondade generosa, fiel e compassiva (hesed) que se vive no âmbito das relações conjugais e parentais.

2. A aliança de Deus com os homens: uma história de misericórdia
O mistério da misericórdia divina desvenda-se no decurso da história da aliança entre Deus e o seu povo Israel. Na realidade, Deus mostra-Se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a derramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos quando a infidelidade quebra o vínculo do Pacto e se requer que a aliança seja ratificada de maneira mais estável na justiça e na verdade. Encontramo-nos aqui perante um verdadeiro e próprio drama de amor, no qual Deus desempenha o papel de pai e marido traído, enquanto Israel desempenha o de filho/filha e esposa infiéis. São precisamente as imagens familiares – como no caso de Oseias (cf. Os 1-2) – que melhor exprimem até que ponto Deus quer ligar-Se ao seu povo.
Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada (cf. Misericordiӕ Vultus, 8). Na realidade, Jesus de Nazaré enquanto homem é, para todos os efeitos, filho de Israel. E é-o ao ponto de encarnar aquela escuta perfeita de Deus que se exige a cada judeu pelo Shemà, fulcro ainda hoje da aliança de Deus com Israel: «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Dt 6, 4-5). 
O Filho de Deus é o Esposo que tudo faz para ganhar o amor da sua Esposa, à qual O liga o seu amor incondicional que se torna visível nas núpcias eternas com ela.
Este é o coração pulsante do querigma apostólico, no qual ocupa um lugar central e fundamental a misericórdia divina. Nele sobressai «a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado» (Evangelii gaudium, 36), aquele primeiro anúncio que «sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese» (Ibid., 164). 
Então a Misericórdia «exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar» (Misericordiӕ Vultus, 21), restabelecendo precisamente assim a relação com Ele. 
E, em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d'Ele. E faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da sua Esposa.

3. As obras de misericórdia
A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia. 
É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual. Estas recordam-nos que a nossa fé se traduz em atos concretos e quotidianos, destinados a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre os quais havemos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo. 
Por isso, expressei o desejo de que «o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina» (Ibid., 15).
Realmente, no pobre, a carne de Cristo «torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga... a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós» (Ibid., 15). É o mistério inaudito e escandaloso do prolongamento na história do sofrimento do Cordeiro Inocente, sarça ardente de amor gratuito na presença da qual podemos apenas, como Moisés, tirar as sandálias (cf. Ex 3, 5); e mais ainda, quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofre por causa da sua fé.
Diante deste amor forte como a morte (cf. Ct 8, 6), fica patente como o pobre mais miserável seja aquele que não aceita reconhecer-se como tal. Pensa que é rico, mas na realidade é o mais pobre dos pobres. E isto porque é escravo do pecado, que o leva a utilizar riqueza e poder, não para servir a Deus e aos outros, mas para sufocar em si mesmo a consciência profunda de ser, ele também, nada mais que um pobre mendigo. 
E quanto maior for o poder e a riqueza à sua disposição, tanto maior pode tornar-se esta cegueira mentirosa. Chega ao ponto de não querer ver sequer o pobre Lázaro que mendiga à porta da sua casa (cf. Lc 16, 20-21), sendo este figura de Cristo que, nos pobres, mendiga a nossa conversão. Lázaro é a possibilidade de conversão que Deus nos oferece e talvez não vejamos. 
E esta cegueira está acompanhada por um soberbo delírio de omnipotência, no qual ressoa sinistramente aquele demoníaco «sereis como Deus» (Gn 3, 5) que é a raiz de qualquer pecado. Tal delírio pode assumir também formas sociais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a massa possível de instrumentalizar. E podem atualmente mostrá-lo também as estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento fundado na idolatria do dinheiro, que torna indiferentes ao destino dos pobres as pessoas e as sociedades mais ricas, que lhes fecham as portas recusando-se até mesmo a vê-los.
Portanto a Quaresma deste Ano Jubilar é um tempo favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia. Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. 
Por isso, as obras corporais e as espirituais nunca devem ser separadas. Com efeito, é precisamente tocando, no miserável, a carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber, em dom, a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo. 
Por esta estrada, também os «soberbos», os «poderosos» e os «ricos», de que fala o Magnificat, têm a possibilidade de aperceber-se que são, imerecidamente, amados pelo Crucificado, morto e ressuscitado também por eles. Somente neste amor temos a resposta àquela sede de felicidade e amor infinitos que o homem se ilude de poder colmar mediante os ídolos do saber, do poder e do possuir. 
Mas permanece sempre o perigo de que os soberbos, os ricos e os poderosos – por causa de um fechamento cada vez mais hermético a Cristo, que, no pobre, continua a bater à porta do seu coração – acabem por se condenar precipitando-se eles mesmos naquele abismo eterno de solidão que é o inferno. Por isso, eis que ressoam de novo para eles, como para todos nós, as palavras veementes de Abraão: «Têm Moisés e o Profetas; que os oiçam!» (Lc 16, 29). Esta escuta activa preparar-nos-á da melhor maneira para festejar a vitória definitiva sobre o pecado e a morte conquistada pelo Esposo já ressuscitado, que deseja purificar a sua prometida Esposa, na expectativa da sua vinda.
Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão! Pedimo-lo pela intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que Lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez (cf. Lc 1, 48), confessando-Se a humilde serva do Senhor (cf. Lc 1, 38).
Vaticano, 4 de Outubro de 2015

Festa de S. Francisco de Assis

[Franciscus]
Fonte: http://paulinascomunica.blogspot.com.br/2016/02/mensagem-do-papa-para-quaresma-2016.html

Irmã Tecla Merlo - Biografia



O dia 05 de fevereiro é uma data muito importante para toda a Família Paulina e, de maneira especial, para as Irmãs Paulinas. É o dia em que celebramos o aniversário de morte da Venerável Ir. Tecla Merlo. Ela foi a Primeira Mestra das Irmãs Paulinas, a primeira Superiora Geral, o braço direito de Pe. Tiago Alberione na fundação das congregações e institutos da Família Paulina. 
Com apenas 20 anos foi convidada por Pe. Alberione a integrar um pequeno grupo de jovens que se tornariam religiosas, consagrando-se ao apostolado da Boa Imprensa. Teresa, como se chamava então, respondeu entusiasmada, pois já tinha o desejo de consagrar-se a Deus. Sua mãe permitiu-lhe ir por 15 dias, porém, esses 15 dias duraram sua vida toda. 
Com uma confiança inabalável, em Deus e no Pe. Alberione, enfrentou muitas dificuldades sem desanimar. Por isso, é considerada uma mãe para toda a Família Paulina. 
Nessa data memorável, em todos os cantos do mundo, a Família Paulina celebra, agradece e pede graças pela intercessão da venerável Mestra Tecla. Também a recordam com carinho e saudades aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-la e conviver com ela. 

Comunique graças alcançadas por intercessão de Ir. Tecla Merlo ao seguinte endereço: Rua Dona Inácia Uchoa, 62, 7º andar - São Paulo - SP - 04110-020 - Tel: (11) 2125-3500 secretaria.provincial@paulinas.com.br 

Conheça o DVD: Tecla - Uma vida pelo Evangelho: http://goo.gl/0VTZbT